Tribo de Israel (do hebraico שבטי ישראל) é o nome dado às unidades tribais patriarcais do Antigo Povo de Israel e que de acordo com a tradição judaico-cristã teriam se originado dos doze filhos de Yaacov (Jacó), neto de Abraham (Abraão).
As doze tribos teriam o nome de dez dos
filhos de Jacó. As outras duas tribos restantes receberam os nomes dos
filhos de Yossef (José) , abençoados por Yaacov como seus próprios filhos. Os nomes das tribos são: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Zebulom, Issacar, Dã, Gade, Aser, Naftali, Benjamim, Manassés e Efraim.
Apesar desta suposta irmandade as tribos não teriam sido sempre
aliadas, o que ficaria manifesto na cisão do reino após a morte do rei Salomão. Com a extinção do Reino de Israel ao norte, dez das tribosJudá, Benjamin e Levi constituiriam o que hoje chama-se de judeus e serviria de base para sua divisão comunitária (Yisrael, Levi e Cohen). desapareceriam e a determinação do seu destino até hoje é objeto de debate. As outras tribos restantes (
As "Doze Tribos" também pode ser pronunciada por alguns como "Treze tribos", levando em consideração que os filhos de José (Manassés e Efraim), que teriam sido considerados por seu avô (Israel), como seus próprios filhos, ficando ao invés de 12, 13 tribos.
Origem das tribos
O livro de Gênesis conta da descendência do patriarca Jacó,
mais tarde batizado por Deus como Israel, e de suas duas mulheres e
duas concubinas. Jacó teve ao todo 12 filhos, cujos nomes estão acima
citados. Neste momento da narrativa, o cronista bíblico concentra-se no
relato da história de José, de como ele foi separado de seus irmãos,
como obteve importância política no Egito, e de como voltou a reunir sua família.
Mapa de 1759 com a divisão clássica das doze tribos de Israel
A narração conta também que os 12
filhos de Jacó e suas famílias e criados obtiveram permissão para
habitar a fértil região oriental do Delta do Nilo, onde teriam se multiplicado grandemente.
Cada uma das 12 famílias teria mantido
uma individualidade cultural, de forma que se identificassem entre si
como tribos separadas. A narrativa ainda destaca que José teve 2
filhos, Manassés e Efraim, e seus descendentes seriam elevados ao status
de tribos independentes, embora fossem sempre referidos como
meio-tribos (encerrando um número fixo de 12 tribos). Ao final de
Gênesis, Jacó, em sua velhice, abençoa a cada um de seus filhos,
prenunciando o destino que aguardavam os seus descendentes no futuro.
Em Êxodo, a Bíblia conta como Moisés, membro da tribo de Levi, e seu irmão Arão,
lideraram os hebreus das 12 tribos em sua fuga do Egito. Durante a
narrativa, as tribos são contadas, e seus líderes e representantes são
nomeados, demonstrando um forte senso de individualidade entre as tribos
e as meio-tribos de José.
À tribo de Levi são designadas as
tarefas sacerdotais e os direitos e deveres diferenciados que estas
tarefas implicavam. As demais mantiveram-se com os mesmos direitos e
obrigações, embora, através do número de membros, algumas tribos já
pudessem gozar de alguma superioridade política.
Hipóteses históricas
Para judeus e cristãos,
não há dúvidas da veracidade do relato bíblico, e há pouco o que se
discutir sobre a origem das Tribos de Israel fora do contexto bíblico.
No entanto, arqueólogos, historiadores e estudiosos da Bíblia argumentam sobre a origem das tribos.
Há teorias que sugerem que apenas
algumas das tribos teriam realmente saído do Egito, e se fixado por
alguns anos no entorno de Canaã,
onde teriam encontrado outras tribos de origem hebraica autóctones da
região. Sua afinidade lingüística e racial, em contraste com as
diferenças encontradas nos vizinhos cananeus
teria encorajado as tribos a agirem em regime de coexistência, e em
algumas vezes, de cooperação, o que teria favorecido a conquista de
Canaã (uma miríade de cidades-estado e pequenos reinos independentes)
pelos hebreus.
Neste caso, as tribos do Êxodo teriam
sido aquelas de maior destaque na narrativa bíblica, ou seja, Judá,
Levi, Simeão, Benjamim, e as meio-tribos de Efraim e Manassés, o que
enfraqueceria toda a base histórica da narrativa do Êxodo. Já os
arqueólogos notam que não há vestígios concretos da passagem de um
povo, estimado em mais de 600000 pessoas, por 40 anos pelo deserto
entre o Egito e a Palestina.
Assim, a narrativa de Gênesis e Êxodo não tem uma base histórica,
embora alguns pontos pudessem ter sido moldados para justificar com
raízes familiares a união das 12 tribos.
As tribos como unidades geográficas
Moisés liderou as 12 tribos pelo deserto da Península do Sinai, e seu sucessor Josué
tomou para si a tarefa de coordenar a tomada de Canaã. Para que
ocorresse de forma ordenada, a terra de Canaã foi dividida entre cada
uma das tribos e meias-tribos, que se encarregaram de conquistá-las, na
maior parte dos casos sem o auxílio das demais. Uma das tribos, a de
Levi, não recebeu uma porção territorial fixa, mas sim algumas cidades
distribuídas por toda a Palestina.
O território de algumas das tribos, como Simeão e Aser, correspondiam a áreas mais tarde dominadas por filisteus e fenícios,
respectivamente. Após a narrativa da conquista de Canaã, os relatos
acerca destas tribos se tornam confusos, e as suas referências
geográficas são praticamente inexistentes, ou inconsistentes, dando a
entender que essas tribos deixaram de existir geograficamente, e seu
povo foi absorvido ou por povos estrangeiros, ou por outras tribos
israelitas, ou por ambos, embora ainda fossem contados como parte das
12 tribos.
A tribos de Dã é outro exemplo de
mudança ao longo da Bíblia. Inicialmente, Dã é posicionada na metade
sul da Palestina, em um pequeno território posteriormente conquistado
pelos filisteus. Mas ao contrário de Simeão e Aser, o território de Dã
continuou existindo, mas muito mais ao norte, ao redor da cidade de
mesmo nome. Algumas interpretações colocam que Dã havia sido alocada
desde o princípio em dois territórios disjuntos.
A meia-tribo de Manassés ocupou um vasto território nos dois lados do Rio Jordão, do Mar MediterrâneoSíria, próximo a Damasco. Efraim foi posicionada na região central, incluindo as importantes cidades de Siló, Gilgal e Betel, cuja importância remete às histórias dos Patriarcas. Benjamim recebeu um territótio pequeno ao sul de Efraim, porém incluindo cidades importantes, como Gibeá, Jericó e Jerusalém. Judá posicionou-se num vasto território montanhoso e fértil ao sul, entre o Mar Morto e o Mediterrâneo, tendo Hebrom e Belém
como cidades mais importantes. As demais tribos receberam territórios
pequenos, ou com pequena importância na narrativa bíblica subseqüente.
Período monárquico - União política
As tribos mantiveram certa estabilidade, independência e equilíbrio político durante o Período dos Juízes,
visto que são relatados feitos notáveis de herdeiros da maior parte
das tribos, sem particular destaque a nenhuma delas. Mas no final do
século XI a.C., com o início do período monárquico e a coroação de Saul, as tribos se uniram pela primeira vez sob um único líder.
Entretanto, apesar da identidade racial,
lingüística e religiosa, e das histórias que as uniam desde a sua
criação, aparentemente havia uma certa cisão entre a tribo de Judá e as
demais, visto que o profeta SamuelDavi
e apoiado pelos filisteus, terminou por vencer Saul. Davi foi coroado
em Hebrom rei de Judá, enquanto o restante de Israel deveu lealdade ao
filho de Saul, Isbosete.
Houve uma guerra civil, com vitória de Davi. Ao poupar a Casa de Saul,
Davi ganhou popularidade, e após vários feitos militares contra povos
estrangeiros, viu as 12 tribos se unirem firmemente sob seu cetro. Seu
filho, Salomão, manteve sua autoridade sobre toda a ISRAEL até sua
morte. refere-se algumas vezes a Israel e Judá como entidades
independentes unidas apenas por um contexto histórico. O rei Saul
pertencia à tribo de Benjamim, e adquiriu inicialmente a simpatia de
todas as tribos, mas um movimento em Judá, liderado por
Apesar desta união política, a própria
narrativa deste período faz transparecer as profundas diferenças
políticas e mesmo culturais entre Judá (e ao final do reinado de
Salomão, também de Benjamim, já que os reis de Judá reinaram em
Jerusalém, cidade benjaminita) e as demais tribos. Uma diferença
marcante na carga de impostos aplicados a Judá e às outras tribos,
favorecendo a primeira, principalmente numa época de constante expansão
territorial e grandes obras, foi o estopim para a desunião que se
seguiu.
Israel dividida
Com a morte de Salomão, uma facção liderada por Jeroboão
viu nesta uma oportunidade para resgatar Israel do poderio de Judá. A
aclamação de Jeroboão significou a divisão indissolúvel entre Judá (e
Benjamim) e as demais 10 tribos, uma vez que o filho de Salomão, Roboão,
foi confirmado rei em Jerusalém. Formou-se assim os reinos de Judá, ao
sul, com sede em Jerusalém, e Israel, ao norte, com capital em Samaria.
Neste período, as tribos de Judá e
Benjamim aparecem quase inteiramente fundidas entre si (ou seja, as
referências a Benjamim desaparecem, embora seu território e suas
cidades estivessem no coração do território de Judá), e o mesmo
acontece com as outras 10 tribos do norte. Dentre as tribos do norte,
ainda se observa traços de individualidade na meia-tribo de Manassés,
mas de maneira geral não há mais distinção física ou cultural entre
elas. A partir deste momento, as 12 Tribos de Israel passaram a ser uma
alegoria, referindo-se ao seu estágio original de união em nome de
Deus, representando o ideal do povo hebreu, especialmente no Novo Testamento, e não mais entidades políticas diversas.
De qualquer modo é possível que o
sistema de tribos tenha permanecido, mesmo que apenas ao nível familiar
devido à tradição de traçar genealogias,
remetendo indivíduos aos filhos de Jacó. O reino teve início com
Roboão, que era filho de Salomão e durou o periodo de 209 anos.Ele foi
dividido por volta de 931 A.C e permaneceu assim ate o ano de 722 A.C.
Neste reino dividido temos:o REINO NORTE também chamado de ISRAEL que
foi formado pelas 10 tribos: Rúben, Issacar, Zebulom,Dã,nafitali, Gade,
Aser, Efraim, Manasses, Simeão. Essas são as 10 tribos do reino Norte.
O destino das Tribos de Israel
Um dos elementos que mais intrigam os estudiosos é o destino das Tribos de Israel, sobretudo as 10 tribos do norte, cuja referência cessa completamente após as invasões da Assíria.
As tribos perdidas
As conquistas assírias no século VIII a.C. abriram caminho para a conquista do reino do norte de Israel. A queda de Samaria significou o fim do estado Israelita. Seu povo, ou aqueles que sobreviveram, foram deportados para a Assíria e redistribuídos por todo seu território. Neste momento, as 10 tribos do norte desapareceram por completo do relato bíblico. O mais provável é que qualquer traço de união tribal tenha desfalecido com a fragmentação das comunidades israelitas, e que os hebreus que sobreviveram ao processo tenham se unido a estrangeiros e abandonado suas tradições.
A tribo remanescente: Judá e os judeus
Apesar da queda de Jerusalém, menos de 2 séculos depois, os descendentes de Judá, ao serem levados ao exílio no reino da Babilônia, mantiveram fortes laços culturais entre si. É possível que tivessem mantido esta união graças às profecias do profeta Jeremias,
que previu que o exílio duraria 70 anos, e que o povo seria libertado e
mandado de volta a Jerusalém ao final deste período; a fé conjunta na
realização da profecia teria mantido a tradição da tribo de Judá
intacta, se não fortalecida. É no período de exílio que surge pela
primeira vez de maneira consistente o termo judeu, se referindo a todos os membros da tribo de Judá.
Passado o tempo previsto por Jeremias, Ciro, o Grande, conquistou a Babilônia, e enviou os
judeus de volta à Palestina, designando para eles a província de Yehud,
de maneira geral, o mesmo território do antigo reino de Judá. Os judeus
ali habitaram até o século II da Era Cristã. Sua religião passou a se
chamar "judaísmo", a prática religiosa de Judá (distinta havia muito
das práticas religiosas mais populares no Reino de Israel).
Entre o fim do exílio babilônico e a diáspora,
os judeus nutriram um forte senso de união e resistência a dominação
estrangeira, tão forte que, mesmo após sua expulsão definitiva da
Palestina pelos romanos, os judeus mantiveram laços entre as distantes comunidades formadas por toda Ásia, norte da África e Europa,
verdadeiras redes através das quais sobreviveram suas tradições.
Durante este período, o termo "judeu" significando um seguidor da
religião judaica suplantou o significado tribal do termo, e muitos
estrangeiros de origem não semítica
se declaravam judeus. De toda forma, através dos judeus e do judaísmo,
a tradição da tribo de Judá sobreviveu até os dias de hoje.
gostei muito deste estudo por isso estou solicitando omesmo
ResponderExcluirfalar dos povos antigos, que foram responsáveis por toda a conjuntura, social, econômica e cultural do nosso povo, remete-nos a perceber as raízes de todo o sistema político, diversidades ideológicas, o egoísmo exacerbado, que turbam a consciência de quem vive..
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