Por Caio
Por que um homem busca o bem? A resposta verdadeira, na maioria esmagadora dos casos, é: Por medo de Deus, ou do Inferno, ou da Lei ou do Estado — e também do cônjuge! Poucos
fazem o que é bom porque o que é bom faz bem. Tudo o que é bom faz bem.
Faz bem! É simples assim! Além disso, é bom! Pois se algo, em sendo
considerado bom, nos faz mal; pode até ser em si uma coisa boa, mas se
não fizer bem a quem a experimenta, para esse a tal coisa não é boa.
Há então algo que seja bom e que não faça bem a todos?
Claro!
Pois se houvesse essa coisa ou ser, ele teria que se tornar um “Ele”;
visto que somente Deus pode fazer bem a todos a um só tempo. Somente Ele
conhece todas as variáveis infinitas de qualquer questão, existência ou
possibilidade. Por isto somente Deus pode fazer bem a todos a um só
tempo.
Porém,
em nosso mundo de relatividades — pois relativos somos todos nós, bem
como tudo em nós —, todas as coisas existem sob o signo da relatividade.
Portanto, o que é bom para uns, nem sempre é bom para outros.
Entretanto, nenhuma escolha será boa se ela fizer algum mal
desnecessário e deliberado a quem quer que seja.
Jesus
nunca nos disse o “por que” de se buscar o que é bom. Ele assumiu que
todos sabiam o que era mal. E, por essa razão, propôs de saída o que era
bom num mundo de ambigüidades e maldades — mas sem muitas palavras;
porém com muitas ações.
Para
Ele chorar não deve ser algo buscado, mas é bom chorar. É uma pena que o
mundo precise sempre de misericórdia, mas a misericórdia é boa. Não se
deve pecar contra o irmão, ao mesmo tempo em que Ele manda o irmão
ofendido perdoar até 70X7 o seu ofensor se ele vier pedindo sinceramente
o perdão.
Para
Jesus, embora o inferno existisse, não era ele o motivador de nada,
aparecendo nas falas de Jesus como um fato-da-consciência do juízo. Mas
para Ele o inferno não tinha o poder de conduzir nada e nem ninguém a
Deus. Inferno é extinção e juízo; não tendo em si mesmo a força da
criação e produção de amor.
Em Jesus a única razão para se buscar o que é bom e o que faz bem, é porque o “Pai celeste é assim!”
E
mais que isto: é porque o Pai celeste faz assim com todos, maus e bons!
Mas nos proíbe de separar o joio do trigo; ou seja: os maus dos bons!
Desse
modo, para Jesus, o homem deve buscar o que é bom apenas a fim de ser
como o Pai que está nos céus. E, como decorrência, ser filho de Deus num
mundo de filhos de desejos do inferno e do diabo; desejos de morte, de
divisão e de desvalor.
Esta é a missão do seguidor de Jesus, conforme Ele mesmo: Ser como o Pai celeste no mundo!
Portanto,
Jesus não ensina as leis da bondade, mas, vivendo entre nós, ensina
como um homem pode ser servo da bondade como bem para si mesmo e para os
outros.
Jesus ensina que o trágico Fim do que é bom é a Ressurreição dos mortos!
O
prazer de Jesus no que é bom tinha a ver com Seu prazer na vontade do
Pai, que é vida; e, também, pelo Seu amor absoluto a tudo o que é
criação do Pai.
Para
Jesus, não se tem que buscar o que é bom; mas antes disso, tem-se que
olhar para cima, para o Pai, e buscar apenas refletir esse Rosto
Invisível de Amor.
Assim, para Jesus, o que é bom tem que deixar de ser uma aspiração e passar a ser a respiração do ser!
Nele,
Caio
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